por Matheus Lima
Recentemente, conversei com alguns amigos a respeito de tecnologias. O papo girou em torno dessas descobertas fantásticas que poderiam revolucionar o mundo como o conhecemos hoje, se não fosse o lobby de grandes empresas e corporações. Durante a conversa, um deles nos mostrou um aparelho, hoje utilizado apenas como decoração de ambientes, que, segundo ele, é análogo a um protótipo da bobina de Tesla, uma máquina que permite transmitir energia elétrica, sem utilização de fios.
Apresentando-nos o aparelho, ele fez uma pequena demonstração, aproximando do mesmo uma lâmpada fluorescente, que acendeu em sua mão.
Reconhecemos ali a tecnologia, desenvolvida há décadas, que poderia ter poupado uma quantidade enorme dos recursos utilizados para a confecção de fios, postes de energia, e toda a parafernália envolvida no sistema de distribuição da rede elétrica.
Sabíamos que a razão dessa tecnologia, tão mais limpa e eficiente, não ter sido adotada, era simples: não seria possível medir e, portanto, cobrar, pela quantidade de energia utilizada individualmente. Um mundo com livre acesso à energia!? Que absurdo, quem iria lucrar com isso!?
Depois dessa experiência, passei a ver os fios como uma representação do individualismo, característica tão necessária para o bom funcionamento do sistema financeiro. Lá estão eles, dominando todos os cantos, todos os lugares, atingindo todas as casas, todas as cidades, emporcalhando o que outrora era de uma beleza rara. Enquanto a coletividade está ali de canto, apenas para decoração de sala.
Recentemente, conversei com alguns amigos a respeito de tecnologias. O papo girou em torno dessas descobertas fantásticas que poderiam revolucionar o mundo como o conhecemos hoje, se não fosse o lobby de grandes empresas e corporações. Durante a conversa, um deles nos mostrou um aparelho, hoje utilizado apenas como decoração de ambientes, que, segundo ele, é análogo a um protótipo da bobina de Tesla, uma máquina que permite transmitir energia elétrica, sem utilização de fios.
Apresentando-nos o aparelho, ele fez uma pequena demonstração, aproximando do mesmo uma lâmpada fluorescente, que acendeu em sua mão.
Reconhecemos ali a tecnologia, desenvolvida há décadas, que poderia ter poupado uma quantidade enorme dos recursos utilizados para a confecção de fios, postes de energia, e toda a parafernália envolvida no sistema de distribuição da rede elétrica.
Sabíamos que a razão dessa tecnologia, tão mais limpa e eficiente, não ter sido adotada, era simples: não seria possível medir e, portanto, cobrar, pela quantidade de energia utilizada individualmente. Um mundo com livre acesso à energia!? Que absurdo, quem iria lucrar com isso!?
Depois dessa experiência, passei a ver os fios como uma representação do individualismo, característica tão necessária para o bom funcionamento do sistema financeiro. Lá estão eles, dominando todos os cantos, todos os lugares, atingindo todas as casas, todas as cidades, emporcalhando o que outrora era de uma beleza rara. Enquanto a coletividade está ali de canto, apenas para decoração de sala.
7 comentários:
É impressionante como a sensatez nem sempre acompanha a inteligência por trás do desenvolvimento tecnológico!
Algo parecido é mostrado no documentário “Quem Matou o Carro Elétrico?”. A diferença é que os gigantes da indústria petrolífera e as empresas responsáveis pela distribuição de combustíveis é que foram os agentes responsáveis por assassinar um automóvel rápido, bonito e que não emitia poluentes.
Ótimo texto para refletirmos sobre o nosso papel na escolha de novas tecnologias.
Sim, esse documentário "Quem matou o carro elétrico?" é excelente para enriquecer a discussão, quanto a essa questão da tecnologia sendo direcionada para o que é mais lucrativo.
Quem decide que tecnoligia usar? Quais os fins destas decisões, lucratividade ou sustentabilidade?
Como retomar para nós, cidadãos comuns, a prerrogativas das decisões dos usos das tecnologias disponíveis? São questões que o texto nos desperta.
Ricardo, pensei coisas parecidas com o que colocou em seu comentário.
Acho que o que o Matheus escreveu traduz o que pensei: "Que absurdo, quem iria lucrar com isso!?".
Não é de interesse deles dar o lucro para quem realmente precisa ou se beneficiaria com esse tipo de ferramenta. É um coronelismo moderno no seu estilo mais antigo.
Ouvi ou li em algum lugar que a Dilma estava com um projeto de disponibilizar IPed's por preços entre R$ 400,00 até R$800,00. Dessa forma, seria possível incluí-los em escolas como material para base de estudos, por exemplo. Essa conversa não é de hoje. Já vi em outros mandatos promessas parecidas.
Quando ouvi ou li, pensei: "dúvido que isso se tornaria possível por um preço tão baixo." Imagine se a Apple abriria mão de um mercado tão consumista como o nosso...
Enfim...
Esse tipo de coisa é que nos enfraquece enquanto sociedade. Como se vivessemos uma mentira. Falsas promessas de melhorias, falsos resultados de progresso. O mundo teria frutos muito melhores se as coisas não fossem tão centralizadas e manipuladas para o lucro de um núcleo pequeno de pessoas que não pensam no todo (ao contrário do defendem em seus discurssos...).
É muito mais fácil culpar as escolas, a educação dos pais, a migração para as grandes capitais etc como fatores que dificultam as melhorias de uma cidade. Sendo que se fizessem o que realmente é justo, com certeza, estariamos um pouco melhores.
Sou um pouco pessimista com esse pensamento e talvez tenha sido redundante no meu comentário. Não acredito muito em mudanças quando a essa questão tecnológica.
E talvez seja por isso que eles não preocupam em mudar algumas coisas...
- - -
Muito bom o texto Matheus.
Caro Silvio, não é de se admirar que o pessimismo nos invada diante de tal conjuntura, na qual as decisões não estão de fato ao alcance daqueles que se colocam a pensar a atual realidade de modo sério. A grande questão é de como alcançar este poder de decidir, que bem dito por você, está nas mãos dos "coroneis modernos" que mantém a grande massa em estado de subserviência intelectual.
Se há alguma condição ainda para gestar uma nova perspectiva que venha remediar o pessimismo que de algum modo também participo junto contigo, mas que tento resistir, uma vez que o pessimismo tem por naturera ser fatalista e reacionário, é a ação dentro do campo político, não pensando aqui a "política pequena" conceituada por Gramsci, aquela que está representada pelo partidarismo e pelos apelos financeiros, em que a economia determina as condições e anseios sociais, mas a "grande politica", na qual os bens financeiros são condicionados pelos ditames sociais e os bens, que aqueles podem proporcionar à coletividade.
O próprio debate que aqui se implementa é de algum modo a "matrix" da "grande política", uma vez que deixando a nossa idiossincrasia, ou seja, nossa idiotice privada, pensamos a coletividade. Mas não basta pensar, pois é a ação, mesmo sem esperança, que carrega em seu útero o antídoto ao pessimismo, mãe de uma utopia possível.
Tchanã!
E eis que estamos hoje todos enrolados... E endividados!
Ola garotos :]
vou acrescentar um ponto que ficou de lado nesse texto: quando tesla testou o experimento pra quantidades relativamente grandes de energia, o ar começou a ionizar e criou uma especie de aurora. ou seja, a transmissao de energia em pequenas quantidades eh possivel e utilizada, por exemplo em radio galena e outras transmissoes eletromagneticas.
uma coisa que eh raramente feita, mas era pra ser empregada sempre, por exemplo, eh a transmissao de energia e dados dentro do gabinete do pc totalmente wireless, em vez daquele monte de fio que gera mais peso, mais bagunça e dificulta o manuseio dentro do gabinete.
abraço, corrijam se estiver errado.
Postar um comentário