domingo, 9 de janeiro de 2011

Primeiro post

por Carlos Assis

O ano terminou, começou um novo, e eu fiquei com a impressão de que muita coisa não foi dita. Mas em 2010 aconteceu, e se falou tanta coisa! – alguém pode dizer. Talvez o imediatismo da notícia e da análise dos fatos tenha impedido uma reflexão a respeito de alguns retrocessos que o mundo viveu, principalmente, no segundo semestre do ano passado. É por isso que, apesar da quantidade de informação produzida, continuo com a impressão de que o diálogo urgente nem sempre tomou conta dos periódicos nem ocupou as pessoas.

A discussão desses temas urgentes, que escolhemos chamar de transversais, junto com a arte, a literatura, o cinema e tudo o que é belo e inspirador, constroem pontes valiosas para a formação de uma sociedade mais ética, inclusiva e justa. Segundo o DIEB (Dicionário Interativo da Educação Brasileira), o MEC define os temas transversais como temas que estão voltados para a compreensão, construção da realidade social e dos direitos e das responsabilidades relacionados com a vida pessoal e coletiva, e com a afirmação do princípio da participação política. Os temas transversais, nesse sentido, correspondem a questões importantes e presentes sob várias formas na vida cotidiana.

Muitos sites, blogs e comunidades on-line já tratam desses temas. O transversais não tem a pretensão de ser um blog inédito, a não ser pela originalidade dos textos e dos materiais aqui publicados. Atingir aqueles que não fazem parte do convívio de cada colunista do blog, transformando os assuntos aqui abordados em pontes que nos levem até outros grupos, é um objetivo que pretendemos alcançar como consequência do que será tratado em cada texto e trabalho aqui publicado, nunca com a meta de forçar repercussão ou aceitação das nossas ideias.

Acreditamos que a transversalidade dos temas não deve estar apenas nas instituições de ensino nem ser promovida exclusivamente por formadores de opinião, mas deve estar presente nas conversas corriqueiras. O dar de ombros para essas questões tem nos cobrado um preço alto demais. Eis o motivo para um blog. Semanalmente, em cada postagem, pretendemos alcançar esse objetivo. Sejam bem-vindos e sintam-se livres para opinar nos comentários de cada post.

2 comentários:

Ricardo Carvalho disse...

Dos muitos elementos positivos e negativos que o ambiente virtual pode nos proporcionar,este universo que se abre a partir deste blog, como muitos outros que insistem em resitir a destruíção da esfera pública, é de grande relevância para forjar a humanidadea daqueles que buscam estar mais ciente de seu fim e possibilidades. O que vale dizer, uma humanidade não absolutamente dada dentro de uma perspectiva abstrata e meramente metafísica, como muitos a tratam, ignorando os meandros de sua condição concreta de estar no mundo e nele expressar a sua autonomia como sujeito que enfrenta honradamente os desafios,o peso, e por vezes o absurdo da existência. É no ambiente do discurso que o humano se faz com o outro, não há ser humano que suporte sua humanidade no isolamento de outros humanos. Portanto, a abertura deste blog idealizado pelo meu caro amigo Carlos Assis é visto como mais um ambiente em que nos convida a partilha do discurso, do afeto e da vida em geral. Não àquela vida corriqueira reduzida à privacidade idiota, como estão reduzidos muitos em nosso tempo. Enfim, forjemos a humanidade em todas as suas infinitas dimensões!

Silvio de Assis disse...

Os temas que serão propostos aqui, no blog, são jogados discretamente (ou não) todos os dias pelos meios de comunicação, porém apenas como parte de um espetáculo do grotesco, pois, culturamente, é isso o que chama a atenção da massa, que inconscientemente está a procura apenas de entretenimento e não se preocupa com a discussão ou com o que isso poderá refletir em um curto espaço de tempo.
Logo após recebermos notícias sobre xenofobia e homofobia, por exemplo, temos os gols da rodada e logo esquecemos o que realmente tinha alguma relevância.

A discussão sobre temas transversais é essencial para refletirmos sobre nossos pré conceitos e preconceitos.

Ter a possibilidade de expor, pensar e fazer pensar é um trabalho de formiga que poderá dar bons frutos. Nem que seja apenas para a formação de cada um que acreditou e quis fazer parte dessa iniciativa.

Ficar no apenas no "deixa que eu deixo" é mais fácil e confortável.
O Transversais será um desafio.

Comecemos...