segunda-feira, 2 de maio de 2011

Meta revisitada

Por Helô Beraldo

Dizia Guimarães Rosa: “a coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia”.

E a página virou sal.

Pequenos grãos caíam em cascata de seus olhos. Ela que gritava como nunca se ouviu. Era a sua história que se desfazia, à medida que as palavras eram jogadas ao vento. Preces, confissões, pessoas, lugares, os sentidos. Os sentidos – tudo se misturava com o ar.

Desapareceu para o desconhecido.

E o novo se fez com o sol, a água, o ar, o chão. O sol trouxe a luz. A água, os sentimentos. O ar, a memória. O chão, o apoio. E ela vivia o novo tranquila. Conduzia os sentidos em direção à essência, ao que é. Pessoas, confissões, lugares têm sentido: são. Tudo o que existe é um.

Expandiu em espiral.

3 comentários:

Carlos Assis disse...

Diante da brutalidade cotidiana, da ausência cada vez maior de beleza nas relações humanas e da falta diária de "bons dias" acompanhados de um sorriso, nada como encontrar em espaços como esse um pouquinho de poesia e beleza – inspiração para continuarmos a acreditar na beleza das palavras e da vida! ;)

helô beraldo disse...

Obrigada! ;)

Júlia disse...

Lindo, lindo! Amei Helô!
Como é bom ler, ouvir, sentir e saber a poesia que os enxergaram e criaram. Muito bom! Parabéns!